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O Mercado de Viscose na Indústria Têxtil Brasileira: Análise Atual e Perspectivas para 2025

Atualizado: 9 de mai.




A viscose, uma fibra artificial derivada da celulose, tem se consolidado como uma das opções mais populares na indústria têxtil brasileira, especialmente por sua versatilidade e características que lembram fibras naturais, como o algodão. Em um setor que enfrenta desafios ambientais e pressões por sustentabilidade, a viscose ganha destaque, mas também traz preocupações devido ao seu impacto ambiental durante a produção. Vamos analisar o cenário atual desse mercado no Brasil e suas perspectivas.


Contexto Atual do Mercado de Viscose no Brasil


A indústria têxtil brasileira é uma das maiores do mundo, sendo a quinta maior em produção têxtil e a quarta no segmento de vestuário, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Em 2024, o faturamento do setor foi projetado em R$ 215 bilhões, com a produção de fibras e filamentos, categoria que inclui a viscose, registrando um crescimento de 2,8% entre 2021 e 2022, conforme o Relatório Brasil Têxtil 2023 do IEMI – Inteligência de Mercado. No entanto, a produção de manufaturas têxteis caiu 5,3% em 2022, o que indica uma demanda desigual dentro da cadeia.

A viscose tem sido amplamente utilizada no Brasil, especialmente em segmentos como moda feminina e homewear, devido à sua textura macia e capacidade de absorção de tingimentos. Apesar disso, o uso de fibras sintéticas como o poliéster ainda domina, representando uma concorrência significativa. Dados do IEMI apontam que, em 2023, o Brasil produziu 2 milhões de toneladas de produtos têxteis, com um faturamento de R$ 203,9 bilhões, mas a viscose enfrenta desafios relacionados ao custo e à sustentabilidade. A produção de viscose gera cerca de 270 kg de emissões de CO2 por pessoa anualmente, e o setor têxtil como um todo é responsável por 20% da poluição da água potável global, segundo a União Europeia.


Análise do Mercado em 2025


Em 2025, a indústria têxtil brasileira projeta um crescimento modesto de 1,2%, com o segmento têxtil (incluindo fibras como a viscose) esperando um avanço de 1,4%, de acordo com a Abit. Esse cenário reflete uma recuperação cautelosa pós-pandemia, com 45% dos empresários prevendo um crescimento moderado no mercado interno, entre 2,1% e 4%. No entanto, a viscose enfrenta pressões específicas. O aumento nos custos de produção, impulsionado pela inflação e pela desvalorização do real (que eleva o preço de insumos importados), pode limitar sua competitividade frente a fibras sintéticas mais baratas, como o poliéster.

Por outro lado, a demanda por sustentabilidade favorece a viscose em relação a alternativas sintéticas. Consumidores brasileiros estão cada vez mais atentos a questões ambientais – 85% acreditam que o mundo caminha para um desastre ambiental, segundo a Consumidor Moderno – e exigem práticas mais sustentáveis. A viscose, por ser biodegradável, pode se beneficiar disso, mas precisa superar os impactos negativos de sua produção, como o uso intensivo de produtos químicos e água. Empresas que investirem em processos mais limpos, como a produção de viscose com certificação FSC (Forest Stewardship Council) ou tecnologias de circuito fechado que reduzem resíduos, podem se destacar.


Oportunidades e Desafios


A integração com a Indústria 4.0 é uma oportunidade para o mercado de viscose. Tecnologias como inteligência artificial e automação, que devem movimentar US$ 5,62 bilhões no Brasil até 2028, podem otimizar a produção, reduzindo desperdícios e custos. Além disso, o crescimento do e-commerce (que representa 78% do consumo online no Brasil, segundo o Retail Touchpoint) e a desvalorização do real abrem portas para exportações, especialmente para mercados que valorizam fibras mais sustentáveis.

No entanto, a concorrência com o poliéster, amplamente usado pelo fast fashion, e a baixa taxa de reciclagem (apenas 1% das roupas são recicladas para novas peças) são desafios. A viscose precisa de inovação para reduzir seu impacto ambiental e atender às expectativas de um consumidor que busca transparência e responsabilidade social.


Conclusão


O mercado de viscose na indústria têxtil brasileira em 2025 está em uma encruzilhada: há espaço para crescimento, impulsionado pela demanda por sustentabilidade e inovação, mas os desafios de custo, concorrência e impacto ambiental exigem estratégias assertivas. Empresas que apostarem em tecnologias verdes e processos mais eficientes podem transformar a viscose em um diferencial competitivo, alinhando-se às expectativas de um mercado em transformação.

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