Queda Acelerada nos Preços do Petróleo Impacta o Mercado de Poliéster Após o Feriado de 1º de Maio

Durante o feriado de 1º de maio (1 a 5 de maio de 2025), o mercado global voltou suas atenções para a rápida queda nos preços do petróleo bruto, um fator determinante para a indústria de poliéster. Entre 30 de abril e 2 de maio, o petróleo WTI (com vencimento em junho) caiu US$ 2,13, alcançando US$ 58,29 por barril, enquanto o Brent (também para junho) recuou US$ 2,72, cotado a US$ 61,53 por barril. Na abertura do mercado em 5 de maio (segunda-feira), o WTI iniciou com uma queda de 3,7%, que rapidamente se ampliou para 5%, e o Brent abriu 3,5% mais baixo, com a desvalorização se estendendo para 4,5%, aproximando-se dos menores patamares vistos antes de 9 de abril.

Dados recentes mostram que essa tendência de queda continuou. De acordo com informações publicadas pelo Valor Econômico em 1º de maio de 2025, por volta das 10h50, o WTI para junho era negociado a US$ 58,05, uma queda de 0,27%, enquanto o Brent para julho estava em US$ 60,89, com recuo de 0,28%. Essa desvalorização reflete não apenas preocupações com a demanda global, mas também decisões estratégicas da OPEC+. Inicialmente, a organização planejava reduzir gradualmente os cortes de produção ao longo de 18 meses a partir de abril. No entanto, a decisão atual é mais agressiva: quase metade dos cortes, equivalente a 2,2 milhões de barris por dia, será restaurada em apenas três meses. Além disso, a OPEC+ sinalizou a possibilidade de acelerar ainda mais a produção em junho, com um aumento projetado de 411 mil barris por dia, conforme reportado em posts no X.

A queda abrupta nos preços do petróleo durante o feriado ainda não foi totalmente refletida nos preços dos produtos petroquímicos domésticos, como o poliéster, devido à pausa nas negociações. Com a reabertura do mercado, é provável que os preços do poliéster iniciem com uma queda significativa, acompanhando a tendência do petróleo bruto. No curto prazo, os investidores devem estar atentos a um possível movimento de recuperação, caso os preços do petróleo testem os patamares mais baixos vistos anteriormente.

Olhando para o médio e longo prazo, há riscos adicionais a serem considerados. A potencial expansão da produção pela OPEC+ em junho pode pressionar ainda mais os preços do petróleo. Além disso, há preocupações macroeconômicas relacionadas ao vencimento concentrado de títulos do Tesouro dos EUA em 2025, que poderia desencadear instabilidade financeira. A combinação desses fatores aumenta a incerteza no mercado de poliéster, já que a cadeia de produção depende diretamente dos custos do petróleo bruto, que é a base para matérias-primas como PTA (ácido tereftálico purificado) e MEG (monoetilenoglicol), essenciais na fabricação de poliéster.

Outro ponto relevante é a perspectiva de analistas sobre os preços futuros do petróleo. O Goldman Sachs, em 13 de abril de 2025, projetou que o Brent terá uma média de US$ 63 por barril até o final de 2025, com uma queda ainda maior em 2026, chegando a US$ 58, segundo o JP Morgan. Essas previsões indicam que o mercado de poliéster pode enfrentar um período prolongado de margens comprimidas, especialmente para empresas que não ajustarem rapidamente suas estratégias de estoque e produção.

Em resumo, o mercado de poliéster deve se preparar para um início de maio desafiador, com preços potencialmente mais baixos devido à queda do petróleo bruto. Empresas do setor têxtil e de polímeros precisam monitorar de perto as decisões da OPEC+ e os indicadores macroeconômicos globais para ajustar suas operações e mitigar os impactos dessa volatilidade.